sexta-feira, 10 de julho de 2009

Peço desculpa!

Eh pá, desculpem da cena de ontem.

Eu estava tão fora de mim, que nem disse onde iria estar hoje. Hoje, não devo ir além do destino que tinha pensado.

Perguntam vocês: "E que destino?".

Bem, é um destino que tem alguns toldos.

Eu gosto muito dos toldos. Os toldos dão para descer de manhã, dão para subir à noite, protegem-nos da chuva. Eu não consigo imaginar a minha vida sem toldos.

Imaginem, acordo de manhã e pensar:- Hoje para ser do contra não vou calçar chinelos.

Levanto-me, vou descalço pela casa, piso sem querer um pedaço de telha azul que tenho em casa para amostra (na eventualidade de passar a usar telha azul em vez de pedra-pomes, é que dizem que o azul das telhas, tira melhor o cotão do umbigo), e magoei o pé a valer.

Começa logo mal o dia, demoro a conseguir meter o pé dentro do sapato, o leite sai para fora e cai em cima do meu outro pé que ainda estava descalço.

Se acham que isto é mau, imaginem depois sair de casa, um pé dói quando está no ar, outro quando toca o chão, o vizinho vai levar o cão de cor castanha à rua, o elevador está avariado e as paredes são azuis. A cor das paredes faz-me lembrar que as pedras-pomes são cinzentas e quando chego à rua, para além de ver o cão castanho do meu vizinho, vejo que o céu que deveria estar azul, está também cinzento.

Acham que isto já é mau? Pois, para além disso tudo, chego a mancar de todo ao metro, reparo que as carruagens são cinzentas da cor das pedras-pomes e do céu naquele dia, reparo que os carris são castanhos como o pêlo do cão do meu vizinho que veio à rua, reparo que fatiota do motorista do metro é azul, cor da telha que me magoou o pé (e a cor de que deveria estar o céu), mas o nome da linha, é linha amarela!!!

Porque raio a linha tem como nome a cor amarela? Não encontrei explicação.

Lá segui com esta dúvida o tempo todo até ao trabalho, a manquejar cada vez mais. Chego ao trabalho, patrão mal disposto, ambiente de trabalho muito cinzento, tal como o céu nesse dia e tal como a cor das carruagens do metro. Entra então o patrão na sala, abre a porta, que é castanha como o cão do meu vizinho (e como a cor dos carris do metro), pergunta-me se enviei a última proposta em correio azul (cor da telha, das paredes do meu prédio, da fatiota do motorista do metro e da cor que o céu deveria estar, que na realidade estava cinzento).
Atingi tamanho desespero, daquele desespero que apetece entrar pelo Pingo Doce e mexer em tudo o que é prateleira, desatei a correr e saltei janela fora.

Como não tenho asas, e como nenhum candidato ao Benfica entregou em tribunal uma providência cautelar a suspender a lei da gravidade, caí!

Foi no final desse movimento de queda que algo maravilhoso aconteceu. Caí em cima de um toldo que me salvou a vida!
Quando abri os olhos, não quis acreditar! O toldo era amarelo!

Moral da história: "Tudo na vida tem uma explicação, desde que esse 'tudo' não inclua mulheres."

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