segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Konto de Natal

Vim aqui hoje, porque o calendário Maia deu a volta e não sei se quero ver de novo motoserras nas mãos de miúdas, que por esta altura já devem ser avós.
Como já dizia um grande sábio quando estava constipado:
- AAAAAtchim!
E tinha razão.

Hoje é a primeira Noite de Natal de uma nova era. Esqueçam a gruta na pedra, hoje em dia já se constroem estádios em pedreiras, está fora de moda. O menino nesta nova era nasceu sim, num rés-do-chão abandonado pertencente a um bairro social. E para o aquecer, não era burro, mas sim cavalo que lá se fumava. Também havia uma vaca, mas estava pedrada, e as palhinhas onde o menino estava deitado, já tinham inspirado muito pó. Em relação às oferendas dos três Reis Magos, o incenso na realidade era mais maconha.
Isto só à nascença. Porque logo que chegasse aos ouvidos do governo que um bebé nasceu em Belém e que iria ser o novo Rei, este iria mandar fechar a Maternidade Alfredo da Costa e os serviços de Pediatria do Dona Estefânia.

Depois viriam os milagres da multiplicação, onde 25% das mais-valias teriam de ser declarados no IRS e para andar sobre água no Tejo, não poderia ser num dia de greve da Transtejo, pois seria linchado e acusado de fura-greves.
Viveria até aos 30 anos com os pais (nada de novo nesta parte), tinha um caso com uma Madalena, mas depois descobria que curtia mais homens (também nada de novo) e com mais doze fundava a C.D.I. (Confraria de Decoração de Interiores) de onde sairia uma spinoff, para uma linha de cabeleireiros.

Porem, um dia Jesus saberia que um desses doze "homens" era um traidor e o iria denunciar ao fisco. Por isso iria certamente questionar a comitiva:
- Eu sei que até ao final da fase de entrega da declaração do IRS dos trabalhadores independentes pela internet, um de vocês me irá denunciar.
Ao que se ouviu uma voz:
- Que me desfaçam os tomates com um saca-rolhas se alguma vez fizer uma traição dessas. 


PS: Saudades da Operadora da Caixa 3 do Pingo Doce. De quando chegava aos ouvidos dela e sussurrava:
- Logo à noite, quero-te nua na cama à minha espera.
Ao que ela respondia:
- Deves acreditar no Pai Natal...

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Cu Olé Tânia!




Numa tentativa de inovação, o Ali Atoriedades (é sempre cool falar na 3ª pessoa) tentou fazer uma semana temática sobre música de verão Portuguesa. Ficam aqui organizados os vários fascículos.


Música de Verão Portuguesa - Parte I

Para começar, O Ritmo Do Amor. Um video que quer passar que Portugal é Ibiza, onde até um talho é invadido por mulheres boas. Nem num churrasco no Brasil se vê tão boa maminha.

Mas vá, é sempre bom ver um grupo de bailarinas, parte ilegais do Brasil outra parte ilegais de Leste. Acompanhadas por "homens" depilados (punham pelo menos um palito nos dentes).
Enfim, um belo retrato do que Portugal não é!





Música de Verão Portuguesa - Parte II

Hoje o cantor é ele, o Rei do Sertanejo Português, ou talvez mesmo, o Rei do Merengue de Portugal.
Hoje sendo 31 de Julho, a escolha só poderia ser mesmo esta.

Pessoalmente discordo da temática, porque nenhum dia é um bom dia para casar (talvez a 31 de Fevereio). Além disso, quando entra, entra sempre a gosto.







Música de Verão Portuguesa - Parte III

Agosto, mês dos fogos florestais, das melgas e dos emigrantes em cavas. Quem não se lembra das míticas "Operação Emigrante"? Não, não estou a falar das que eram levadas a cabo pela GNR, mas s
im por esses puros lusitanos, que davam o prazer às filhas dos emigrantes, prazer que elas não conseguiam obter no país destino.
Nessa altura elas vestiam-se com roupas mais 'à frente' e com menos tecido atrás. Entretanto a Zara e a Bershka também abriram lojas cá e perdeu-se a mística.
O cantor que trago hoje, é Dino Meira. Um cantor que juntamente com Carlos Paião, abriu o caminho para outros cantores como: Engélico, Amy Winehouse, Whitney Houston ou mesmo os Delfins.
Dizem que antes de morrer, teve a hipótese de trabalhar com Mia Couto, mas que estava farto e optou por Mio Cárdio.
Curiosamente, o próximo destino caso não tivesse morrido, seria o Brasil. Era um homem à frente no tempo...





Música de Verão Portuguesa - Parte IV

Aviso desde de já, que estou mal disposto por causa da música seleccionada para hoje.

Que raio de Kuduromania vem a ser esta? Emanuel lança uma música de Kuduro, Quim Barreiros, também tem u
ma música com ritmo Kudutro, José Malhoa idem... até a Sónia Brazão esteve uns tempo sem mexer o rabo. Acho que neste momento, só mesmo o Padre Borga não tem (ainda) uma música Kuduro.
Mas vamos ao tema de hoje, Morena Kuduro de José Malhoa. A escolha mais lógica deveria ser "Baile de Verão", mas devido ao video, optei por esta.
Começando por referir o nome do cantor, está bem escolhido. Se os EUA são o país dos cowboys onde já confundem espectadores de cinema com índios, em Portugal dada a taxa de violência doméstica, faz todo sentido um cantor chamar-se José Malhoa ( embora seja dar demasiado bandeira).

Agora o videoclip. Começa com uma estrada com buracos, coerente, mas as coerências terminam aqui. Aliás, eu pergunto onde é que anda a ASAE.
Então, se alguém me perguntar qual a probabilidade de encontrar uma morena daquelas, vestida daquele modo e a caminhar à beira da estrada, eu vou responder que é mais ou menos a mesma, de encontrar um walkman no chão, sem um único arranhão e com duas pilas "AA" (aquele walkman trabalha a 3 Volts) carregadas.
Aliás, já há quem diga que o SCP só volta a ser campeão, quando alguém encontrar um walkman a funcionar à beira da estrada.

Depois: "nem escapou o padre...". Pelo amor de Deus, estamos a falar de um Padre, da igreja, haja um mínimo de respeito e seriedade. É que a idade daquela morena já está muito para lá da faixa etária alvo dos padres.

Por fim, o final. Há inicialmente alguma verdade. Um cota mesmo com um penteado a CR7 e um alto carro não é suficiente para impressionar uma garota. Claro que depois colocou a música e ela pensou:
- Olha um auto-rádio para o meu namorado depois gamar!
Agora, ligar os faróis porque leva uma mulher no carro?!? É algum código? É tipo a dizer:
- Sou o José Malhoa, não sou o José Raposo!





Música de Verão Portuguesa - Parte V

Este levantamento musical caminha para o seu final, mas ainda existem ícones importantíssimos que não podem ficar de fora.
Um deles, é o Tony Carreira (Tony Ônibus para os Brasileiros).

A mús
ica escolhida foi o "Sonhos de Menino". Um 'slow', a oportunidade de dançar juntinho de uma moça e tentar adivinhar o tamanho da copa do soutien dela.

Esta música será um bom registo histórico para o futuro. Um dia uma criança de Cascais irá ouvir por acidente e perguntar à mãe:
- Mamã, o que é uma "aldeia perdida na beira"?
- Olhe, é uma coisa giríssima, é tipo um sitio muito longe com um nome muito engraçado, está a ver?
- Haaaa, como Alcabideche e Rinchoa?
- Não querido, mais longe. Temos de passar rios e muitas pontes.
- Feijó?





Música de Verão Portuguesa - Parte VI

Continuando este sublime escrutínio sobre a música de Verão Portuguesa, hoje trago algo mais moderno.
Noutros tempos não havia SCUTs, e as autoestradas que havia, era necessário pagar portage
ns, pelo que era complicado os jovens irem à cidade à discoteca, ao cinema e mesmo para determinadas actividades sexuais.

Então aí surgiu um cantor visionário brasileiro chamado Iran Costa e fez uma revolução.
De uma assentada levou um momento discoteca aos bailes da aldeia, onde crianças aprendiam determinados movimentos do cóccix (e velhos os recordavam), realizou um video, que é até hoje o único Godzilla realizado em Portugal, e claro, se é verdade que Scolari fez toda uma nação colocar uma bandeira à janela, Iran Costa conseguiu colocar um povo a pedir para lhe tocarem o bicho.






Música de Verão Portuguesa - Parte VII

Penúltimo "Faz Ciclo" desta temática.
Diz quem sabe, que baile de aldeia tem sempre um momento rock. Um momento de música 'maluca' que mandava embora as beatas para casa e puxava os mais bêb
ados da frente da tasca, para a frente do palco, demonstrando aí as suas melhores performances.
Era um momento de sentimentos antagónicos, porque se por um lado era a altura em que o baile entrava na melhor parte, por outro, as beatas levavam as filhas (ou netas) para casa e acabava o rossa rossa (e as idas atrás da igreja).

Por mais que se invente, Rock só havia um. Era A Minha Casinha dos Xutos. Quando os primeiros acordes começavam, mesmo quem estava a jogar às escondidas (ou ao toca e foge) corria para frente do palco. Depois cada um imaginava ter uma guitarra eléctrica nas mãos e todos tocavam vigorosamente os mesmos acordes (ninguém desafinava). Havia mesmo no final quem fingisse partir a guitarra no chão. Outros mais velhos (e com mais cerveja), conseguiam encontrar um troço de uma couve e acreditavam que aquilo era mesmo um microfone. Dizem até que alguns levavam uns cigarros feitos com barba de milho para curtir ainda mais.

Este tema demonstra bem que os portugueses tem uma excelente capacidade para decorar letras de canções... desde que estas não tenham mais que 6 pequenas frases.

De realçar que esta música tem atravessado gerações, e tendo em conta o número de casos de famílias, que tem entregue a casa aos bancos devido ao incumprimento no pagamento das prestações, volta a estar na moda.





Música de Verão Portuguesa - Parte VIII

Hoje decidi que era a última edição desta temática. Haveria muitos mais compositores de renome, mas infelizmente não pude falar deles todos.

Para fechar, seleccionei um tema que fez e cont
inua a fazer parte de muitos 'encores' por esses bailes de verão: O Apita o Comboio.

Sei que é complicado explicar a Madeirenses e Açorianos o que é um comboio, mas não se preocupem, mais uns anos e no continente também não vão saber o que é.
Para além da forte recomendação por este transporte público, esta música é uma aula de geografia. Tirando os que lá vivem, alguém antes conhecia o rio Torto?

Mas tem mais, ao fechar o baile, esta música provocava enormes comboios humanos. Muitas vezes como mais passageiros, que os estudos mais optimistas previam para o TGV.
Ao mesmo tempo, era a guerra para ser o maquinista, todos os rapazes queriam ir à frente... e levar com todos atrás... era o momento em que ser gay deixava de estar reservado apenas às elites. O chamado homosexualismo do povo. Ir na frente e sentir alguém atrás com as mãos nos nossos ombros... um sonho!
Claro que outros faziam de carruagem e também levavam com as mãos de outros nas costas, mas em compensação, tinham a oportunidade de meter as mãos nos ombros de uma moça. Muitas das vezes conseguiam até sentir o 'elástico' do soutien, o que às 3 horas da manhã com tanta cerveja já bebida, era praticamente um acto sexual de 3º grau.

Foi um prazer, tem agora uma maravilhosa playlist para colocar no vosso auto-rádio e mostrar a esses alemães, que eles é que tem dinheiro, mas nós é que pimba.






Ai que saudades das promoções de Verão do Pingo Doce. Naquela altura com a Caixa 3 tinha a fruta à pala...