Funana

Tenho sentido tantas saudades dos meus seguidores. Ao ponto de quando vou a conduzir, de vez em quando olhar para o retrovisor, para ver quem me está a seguir naquele momento.

Sinto saudades do Miguel Veloso sentado nos telhados azuis, da Branca de Neve a comer camarão-tigre, dos rissóis que o porquinho do meio comia quando tocava violino e até de quando no Pingo Doce, há uma enorme fila para pagar e só está a caixa 1 a funcionar... nessa altura viro-me para a caixa 3 e digo:
- Vais ter que abrir...

São emoções como aquelas que o meu telemóvel me dá... fazem-me vibrar.

Gostava de poder estar numa nuvem, sentado numa esplanada, pedir um gelado e umas meias quentes. Pedir para pagar e o empregado perguntar:
- Quer o troco em moedas ou em notas?
E eu poder responder:
- Tanto faz, desde que possa pagar com VISA.

São momentos como este, que me fazem pensar que o mundo poderia ser bem melhor. Por isso mesmo, vou passar uma semana a Cabo Verde, fazer um dontworkshop "Como viver melhor neste Mundo". Creio que o Funana tem uma enorme influência no modo como são esticadas as peles nos tambores deste mundo. O que é algo de extrema relevância.
Se é verdade que Arquimedes disse: "Dai-me uma barra rígida, suficientemente grande e um ponto de apoio e, sem dificuldade, eu moverei o mundo".
Também é verdade Arcolápesas disse: "Dai-me um tambor giro amarelo às pintas, suficientemente grande, com uma pele bem esticada e uma valente maçaneta e, sem dificuldade, eu acordarei o mundo".

Peço por isso que aguardem o meu regresso, ou para os mais esquisitos, o meu remimosa.

Uma curiosidade: neste tipo de dontworkshop, os certificados de presença, são dados em forma de fitinha no pulso. Seguindo a norma TI. São regras que temos de seguir, se realmente queremos um mundo melhor.