segunda-feira, 26 de julho de 2010

Hei! Camões DJ!

Já alguém imaginou Luís Vaz de Camões como DJ? Um DJ das letras, está claro.
Uma mão no prato e o outro braço sempre no ar a puxar pelo público (*).
Tomem lá um provável set:

As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Navegar navegar,
Mas ó minha cana verde,
Mergulhar no teu corpo,
Entre quatro paredes,
Dar-te um beijo e ficar,
Ficarei mais perto do céu,
Ficarei mais perto do mar,
Ó mar salgado, quanto do teu sal,
São lágrimas de Portugal,
São lágrimas, são lágrimas, são lágrimas caindo do meu rosto,
São lágrimas, são lágrimas, são lágrimas que choram por quem gosto,
Eu gosto é do Verão,
De passearmos de prancha na mão,
Põe tua mão na mão do meu Senhor da Galileia,
Põe tua mão na mão do meu Senhor que acalma o mar.
Dá um mergulho no mar,
Dá um mergulho sem olhar para trás,
O passado foi lá trás,
Trás Trás Trás,
Para mim tanto me faz,
Que digas coisas boas ou coisas más,
Ou mesmo que inventes,
Que era lindo o serão lá na casa da avózinha,
Aquilo que eu mais gostava,
Era o jogo da adivinha,
Adivinha quem voltou, comeu e não calou,
Mais uma vez a doninha arrancou,
No Calhambeque bi-bi (não confundir com o calhambeque do Bibi),
Quero buzinar no Calhambeque,
Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi!...
Vrei sa pleci dar numa, numa iei,
Numa, numa iei, numa, numa, numa iei,
Tsamina mina eh, eh,
Waka waka eh, eh,
Tsamina mina zangalewa,
This time to Africa,
Wegue, wegue wegue wegue,
Wegue, wegue wegue wegue,
Quando eu entro o palco se move,
Kalemba que chove,
Vai ver, vai ver se chove,
Vai chover amor,
Na madrugada vai chover,
Vai chover amor,
Não há luar como o de Janeiro,
Nem amor como o primeiro,
Venha ao Pingo Doce de Janeiro a Janeiro,
O preço é sempre baixo na loja toda, o ano inteiro,
Ponho carro tiro o carro à hora que eu quiser,
Mamo à hora que eu quiser porque a cabrita é minha,
Eu quero comer, Joana,
Que foi com a Teresa chupar rebuçados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana.


Et voilà!

(*) Camões só salvou os Lusíadas porque não queria que o Rolex que tinha comprado em Marrocos apanhasse água. Recordo que na altura não havia marroquinos no Chiado.
Em homenagem a este feito, nos dias hoje, muitos são os oriundos do Magrebe que se concentram na Praça do Camões à noite com variados ramos de flores. Muitos até fazem o ritual de ir para o Bairro Alto e percorrer aquele mar de gente com o ramo na mão e o braço no ar. Como se dos Lusíadas se tratasse.
Ao contrário da grande parte dos alunos, que estudam apenas algumas partes desta obra, estes senhores durante a noite percorrem todos os cantos.



Claro que se Camões vivesse nos tempos presentes, episódios como este poderiam acontecer:
- Sabes quem foi hoje ao Pingo Doce? O Camões!
- Sério?
- Sim, mas coitado, mal se aguenta das canetas. Deu-me pena vê-lo assim, até lhe dei dinheiro para ele poder comprar uma esferográfica.
- E não te deu um autógrafo?
- Não, mas acho que ele está de olho em mim.

4 comentários:

  1. olha lá, para 'postar' este post (desculpa lá redundância!!) vieste directo da night, não?!?porque às 6h50 da matina, só pode....
    não estou a ver-te levantar de propósito a esta hora para escrever uma 'pérola' destas!! ou então a caixa 3 do PD deu-te esta noite uma daquelas 'inspirações'!!!!

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  2. as férias fizeram-te maravilhas aos neurónios!

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  3. Está mesmo bom, que grande inspiração ... mas devo dizer que a "tradicional aposta em futuros do Sporting" está demais ... Parabéns!!

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  4. devo admitir k todo o texto está mto bem conxeguido...os meus+sinxeros parabens...

    Agora e para não assacinar a lingua do grande Camões:

    Devo admitir que todo o texto está muito bem conseguido, os meus mais sinceros parabéns.

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