segunda-feira, 29 de março de 2010

Conhecimento Tuga

Ser Português é nada mais nada menos que fazer parte do povo que sempre criou história.

Um país que oficialmente começou com uma mãe que foi vítima de bullying por parte do filho é logo um motivo de orgulho. Se nos tempos actuais os jovens fazem birra por uma consola, naquele tempo, jovens como o Afonso gladiavam-se porque queriam ter um país só seu e assim poderem também divertir-se com jogos de guerra. E há mesmo historiadores a dizerem que os jogos de guerra naquela altura tinham gráficos de uma qualidade impressionante e uma realidade virtual 3D soberba.

Mas a essência tuga já vem de trás. Alguns achados arqueológicos demonstram que a dedada tuga já existia nos tempos de Jesus Cristo.

Consta que um grupo de engenheiros (não se sabe se estavam inscritos na Ordem, mas sabiam Latim Técnico) chegou junto de César e propôs construir uma SCUT para o troço Pretório - Calvário. Duas faixas de rodagem em cada sentido e com 14 estações de serviço ao longo de todo o percurso.
César, embora tivesse gostado da ideia, achou que 14 estações de serviço para um troço tão pequeno era um exagero.
Claro que sendo engenheiros com genes de tuga, facilmente aludiram que o povo gosta de fazer bastantes paragens ao longo do percurso. Muitas vezes encontram a mãe pelo caminho e param para conversar um pouco. Outras vezes, a malta curte beber um 'copo' com as mulheres de Jerusalém que costumam andar por aquelas bandas na altura do Spring Break. Ou mesmo para a maquilhadora Verónica poder dar um retoque no rosto de quem pudesse ter transpirado um pouco mais durante a subida.
César, mesmo após estas explicações, mantinha algumas reticências. Achava que duas faixas para cada lado eram demais. Mas logo os engenheiros argumentaram:
- Imagine que um dia decide montar lá em cima um parque de cruzes para geração de energia eólica? As cruzes são largas, necessitam de pelo menos duas faixas. Ou então, imagine que necessita de escoltar os adeptos do FCP quando vierem jogar ao Coliseu?

Desta forma convenceram César, que deu luz verde para o projecto.
Foi então criado para o efeito um consórcio com o nome Aragem S.A., nascendo assim o primeiro lóbi das autoestradas, que mais tarde se iriam internacionalizar ao ganharem a adjudicação dos Caminhos de Santiago.

Claro que na construção muitos detalhes de segurança foram negligenciados. Normal. Eram já empreiteiros com tendências tugas. Onde puderam poupar nos materiais, não hesitaram.
Resultado: um troço com vários pontos negros. Só Jesus, da primeira vez que utilizou aquela alternativa, caiu três vezes e não chegou vivo ao destino.

Dada a enorme contestação do povo, César teve então que gastar mais dinheiro para corrigir algumas partes do traçado original. Tal gasto extra originou uma grande derrapagem em relação ao orçamento original (mais uma vez, típico para quem trabalha com construtoras tugas), o que originou um défice nas contas públicas (um problema latino muito recorrente).
Uma vez mais, a Aragem propôs uma ideia inovadora para a época: cobrar portagens.
César gostou da ideia, afinal iria ser mais algum a entrar para os cofres de Roma. Mas logo lhe ocorreu outro problema: como cobrar as portagens?
A Aragem apresentou-lhe novamente uma solução tecnológica para efectuar essa mesma função. Não eram necessárias pessoas para executar a cobrança, apenas bastava colocar uma coroa constituída por uma bobine de espinhos na cabeça de quem utilizava aquele caminho. Depois seriam colocadas ao longo do caminho cruzes a desempenhar a função de antenas, que se encarregariam de registar quem utilizava aquela infraestrutura.
César ficou espantado com tamanho avanço tecnológico e perguntou qual o nome que iriam dar a tal sistema. Ao que os engenheiros da Aragem responderam:
- Será a Via Sacra.

(Neste post não falo da caixa 3 do Pingo Doce, porque estamos na Páscoa e não devemos pensar em pecar...)

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